segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Curiosidade Animal











O gato doméstico (Felis silvestris catus), vulgarmente conhecido apenas por gato, é um animal da família dos felídeos, muito popular como animal de estimação, sendo um predador natural de animais como roedores, pássaros e lagartixas. A primeira associação com os humanos de que se tem notícia foi há cerca de 9500 anos, mas a domesticação dessa espécie oriunda do continente africano[1][2] é muito mais antiga.
O seu mais antigo ancestral conhecido é o Miacis, mamífero que viveu há cerca de 40 milhões de anos, no final do período paleoceno, e possuía o hábito de caminhar sobre os galhos das árvores. A evolução desse animal deu origem ao Dinictis, espécie que já possuía a maior parte das características presentes nos felinos atuais.[3]
A sub-família Felinae, que agrupa os gatos domésticos, surgiu há cerca de 12 milhões de anos, expandindo-se a partir da África subsaariana até alcançar as terras onde atualmente está o Egito[4].
Índice[esconder]
1 História e domesticação
2 Nomenclatura
3 Características
3.1 Alimentação
3.2 Comportamento
3.3 Ciclo biológico
3.3.1 Reprodução
3.3.2 Características genéticas
3.4 Pelagem
3.5 Sentidos
3.5.1 Visão
3.5.2 Audição
3.5.3 Tato
3.5.4 Olfato
3.5.5 Paladar
3.6 Envelhecimento
4 Comunicação
4.1 Miado
4.2 Ronrono
4.3 Outros sons
5 Doenças dos gatos ou relacionadas com eles
5.1 Alergias
5.2 Toxoplasmose
5.3 Leucemia felina
5.4 Panleucopenia felina
5.5 Peritonite infecciosa felina
5.6 Síndrome urológica felina
6 Raças de gatos domésticos
6.1 Raças mais comuns
7 Mitologia e cultura popular
7.1 Gato preto
7.2 Os gatos e a sociedade atual
8 Referências
9 Ver também
10 Ligações externas
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[editar] História e domesticação
Ver artigo principal: História do gato doméstico
Os gatos domésticos atuais são uma adaptação evolutiva dos gatos selvagens. Cruzamentos entre diferentes espécimes os tornaram menores e menos agressivos aos humanos[5]. Os gatos foram domesticados primeiramente no Oriente Médio nas primeiras vilas agriculturais do Crescente Fértil[6][7]. Os sinais mais antigos de associação entre homens e gatos datam de 9500 anos atrás e foram encontrados na ilha de Chipre[7].
Quando as populações deixaram de ser nômades, a vida das pessoas passou a depender substancialmente da agricultura. A produção e armazenamento de cerais, porém, acabou por atrair roedores. Foi nesse momento que os gatos vieram a fazer parte do cotidiano do ser humano[4]. Por possuirem um forte instinto caçador, esses animais espontaneamente passaram a viver nas cidades e exerciam uma importante função na sociedade: eliminar os ratos e camundongos, que invadiam os silos de cereais e outros lugares onde eram armazenados os alimentos[6][7].

Uma estatueta de um gato, feita no Antigo Egito, representando a deusa Bastet, em exposição no Museu do Louvre.
Registros encontrados no Egito, como gravuras pinturas e estátuas de gatos, indicam que a relação desse animal com os egípcios data de pelo menos 5000 anos[8]. Elementos encontradas em escavações indicam que, nessa época, os gatos eram venerados e considerados animais sagrados[9]. Bastet (Bast ou Fastet), a deusa da fertilidade e da felicidade, considerada benfeitora e protetora do homem, era representada na forma de uma mulher com a cabeça de um gato e frequentemente figurava acompanhada de vários outros gatos em seu entorno[10][11].
Na verdade, o amor dos egípcios por esse animal era tão intenso, que havia leis proibindo que os gatos fossem "exportados"[12]. Qualquer viajante que fosse encontrado traficando um gato era punido com a pena de morte. Quem matasse um gato era punido da mesma forma e, em caso de morte natural do animal, seus donos deveriam usar trajes de luto[13].
Não tardou para que alguns animais fossem clandestinamente transportados para outros territórios[14], fazendo com que a popularidade dos gatos aumentasse. Ao chegarem à Pérsia antiga, também passaram a ser venerados. Lá havia a crença de que, quando se maltratava um gato preto, corria-se o risco de estar maltratando um espírito amigo, criado especialmente para fazer companhia ao homem durante sua passagem na Terra. Desse modo, ao prejudicar um gato, o homem estaria atingindo a si mesmo[10].
Devido ao fato de serem exímios caçadores e auxiliarem no controle de pragas, por muitos séculos os gatos tiveram uma posição privilegiada na Europa cristã. Porém, no início da Idade Média a situação mudou: gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, por isso, muitas vezes foram queimados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria[15]. Até hoje ainda existe o preconceito de que as bruxas têm um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios; dependendo da região, porém, podem ser considerados animais que trazem boa sorte. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor[16].

Winston Churchill afaga um gato a bordo de um navio militar, em 1941.
Ao fim da Idade Média, a aceitação dos gatos nas residências teve um novo impulso, bem como nos navios onde os navegadores mantinham mascotes (ver gato de navio), assumindo também aí a função de caça aos roedores[15]. Com o passar do tempo, muitos gatos passaram a ser considerados animais de luxo, ganhando uma boa posição do ponto de vista social, sendo até utilizados como "acessórios" em eventos sociais, pelas damas. Nessa época, o gato começou a passar por melhoramentos genéticos para exposições, começando assim a criação de raças puras, com pedigree. Uma das primeiras raças criadas para essa finalidade foi a Persa, que ficou conhecida após sua introdução no continente europeu, realizada pelo viajante italiano Pietro Della Valle [17].

Atualmente os gatos são muito utilizados na prevenção de roedores em áreas agrícolas
A primeira grande exposição de gatos aconteceu em 1871, em Londres. A partir desse momento, o interesse em se expor gatos desenvolvidos dentro de certos padrões propagou-se por toda a Europa.[18]
Atualmente, os gatos são animais bastante populares, servindo ao homem como um bom animal de companhia, e ainda continuam sendo utilizados por agricultores e navegadores de diversos países, como um meio barato de se controlar a população de determinados roedores. Devido ao fato de a sua domesticação ser relativamente recente, quando necessário convertem-se facilmente à vida selvagem, passando a viver em ambientes silvestres, onde formam pequenas colônias e caçam em conjunto.[18]

[editar] Nomenclatura
O gato doméstico foi denominado Felis catus por Carolus Linnaeus na sua obra Systema Naturae, de 1798. Johann Christian Daniel von Schreber chamou de Felis silvestris, o gato selvagem em 1775. Desse modo , os gatos caseiros são considerados uma das sub-espécies do gato selvagem. Não é incomum, aliás, o cruzamento entre gatos domésticos e selvagens, formando espécimes híbridos.[18]
Pelas regras de prioridade do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, o nome das espécies domésticas deveria ser Felis catus. No entanto, na prática, a maioria dos biólogos utilizam Felis silvestris para as espécies selvagens e Felis catus somente para as formas domesticadas.
Na opinião n.º 2027, publicada no Volume 60 (Parte I) do Bulletin of Zoological Nomenclature (31 de março de 2003)[19], a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica confirmou a utilização de Felis silvestris para denominar o gato selvagem e Felis silvestris catus para as sub-espécies domesticadas. Felis catus segue sendo válido para a forma domesticada, se esta for considerada uma espécie separada.[20]
Johann Christian Polycarp Erxleben denominou o gato doméstico de Felis domesticus em suas obras Anfangsgründe der Naturlehre e Systema regni animalis, de 1777. Este nome e as suas variantes Felis catus domesticus e Felis silvestris domesticus não são nomes científicos válidos segundo as regras do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica.

[editar] Características
Os gatos, geralmente, pesam entre 2,5 e 7 kg; entretanto, alguns exemplares, como o Maine Coon podem exceder os 12 kg. Já se registraram animais com peso superior a 20 kg, devido ao excesso de alimentação[21].

Gato doméstico
Em cativeiro, os gatos vivem tipicamente de 15 a 20 anos, mas o exemplar mais velho já registado viveu até os 36 anos[22]. Os gatos domésticos têm a sua expectativa de vida aumentada quando não saem pelas ruas, pois isso reduz o risco de ferimentos ocasionados por brigas e acidentes. A castração também aumenta significativamente a expectativa de vida desses animais, uma vez que reduz o interesse do animal por fugas noturnas e também o risco de incidência de câncer de testículos e ovários[23].
Gatos selvagens que vivem em ambientes urbanos têm expectativa de vida reduzida. Gatos selvagens mantidos em colônias tendem a viver muito mais; O Fundo Britânico de Ação para Gatos (British Cat Action Trust[24]) relatou a existência de uma gata selvagem com cerca de 19 anos de idade[25].
Os gatos possuem trinta e dois músculos na orelha, o que lhes permite ter um tipo de audição direcional, movendo cada orelha independentemente da outra. Assim, um gato pode mover o corpo numa direcção, enquanto move as orelhas para outro lado[26]. A maioria dos gatos possui pavilhões auditivos orientados para cima. Diferentemente dos cães, gatos com orelhas dobradiças são extremamente raros. Os Scottish Folds são uma das exceções a essa regra, devida a uma série de mutações genéticas. Quando irritados ou assustados, os gatos repuxam os músculos das orelhas, o que faz com que elas se inclinem para trás.

O gato doméstico costuma dormir durante a maior parte do dia para conservar sua energia
O método de conservação de energia dos gatos compreende dormir, acima da média da maioria dos animais, sobretudo à medida em que envelhecem. A duração do período de sono varia entre 12–16 horas, sendo de 13–14 horas o valor médio. Alguns espécimes, contudo, podem chegar a dormir 20 horas num período de 24 horas[23].
A temperatura normal do corpo desses animais varia entre 38 e 39 °C. O animal é considerado febril quando tem a temperatura superior a 39,5 °C, e hipotérmico quando está abaixo de 37,5 °C. Comparativamente, os seres humanos têm temperatura normal em torno de 37 °C. A pulsação do coração desses pequenos mamíferos vai de 140 a 220 batidas por minuto e depende muito do estado de excitação do animal. Em repouso, a média da freqüência cardíaca fica entre 150 e 180 bpm[26].
Um adágio popular diz que os gatos caem sempre de pé. Geralmente o ditado corresponde à realidade, mas não é uma regra fechada. Durante a queda, o gato consegue, por instinto, girar o corpo e prepará-lo para aterrar em pé, utilizando a cauda para dar equilíbrio e flexibilidade. Eles sempre se ajeitam do mesmo modo, desde que haja tempo durante a queda para fazê-lo, dessa maneira são capazes de suportar quedas de muitos metros, visto que durante a queda chegam a uma velocidade-limite na qual suportam o impacto com o chão. Algumas subespécies sem cauda são exceções a essa regra, já que o gato conta com a cauda para conservar o momento angular, necessária para endireitar o corpo antes do pouso.
Gatos, assim como os cães, são digitígrados: andam diretamente sobre os dedos; os ossos das suas patas compõem a parte mais baixa da porção visível das pernas. São capazes de passos precisos, colocando cada pata directamente sobre a pegada deixada pela anterior, minimizando o ruído e os trilhos visíveis[26].

[editar] Alimentação

Gato recém-nascido sendo alimentado a leite.
Os gatos, como caçadores, alimentam-se de insetos, pequenas aves e roedores. Os gatos não-domesticados, abandonados e sem dono, ou gatos domesticados que se alimentem livremente, consomem entre 8 a 16 refeições por dia. Apesar disso, os animais adultos podem adaptar-se a apenas uma refeição por dia[27]. Biologicamente, os gatos são classificados como animais carnívoros, tendo a sua fisiologia orientada para a eficiência no processamento de carne, com consequente ausência de processos eficientes para a digestão de vegetais.
Os gatos não produzem a sua própria taurina (um ácido orgânico essencial). Como essa substância está presente no tecido muscular dos animais, o gato tem que se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os gatos apresentam dentição e aparelho digestivo especializado para processamento de carne. O seu intestino diminuiu de extensão ao longo da evolução para ficar apenas com os segmentos que melhor processam as proteínas e gorduras de origem animal[28]. O aparelho digestivo limita seriamente a capacidade dos gatos de digerir, metabolizar e absorver nutrientes de origem vegetal, bem como certos ácidos graxos.
A taurina é rara em plantas, mas relativamente abundante nos tecidos dos animais, sendo um aminoácido de grande importância para a saúde dos olhos dos gatos, de modo que a deficiência dessa substância pode causar uma degeneração macular na qual a retina sofre destruição lenta e gradual, podendo causar uma cegueira irreversível no animal.

A evolução tornou os gatos excelentes caçadores.
Apesar da fisiologia do animal ser essencialmente orientada para o consumo de carne, é comum que os gatos complementem a sua dieta carnívora com a ingestão de pequenas quantidades de ervas, folhas, plantas domésticas ou outros elementos de origem vegetal. Uma teoria sugere que este comportamento ajuda os gatos a regurgitar em caso de difícil digestão; outra teoria aponta que ingerir pequenas doses de vegetais fornece fibras e minerais diversos, não presentes em uma dieta exclusivamente carnívora. Neste contexto, é necessária prudência aos donos dos gatos porque algumas plantas de interior podem ser venenosas para os animais[29]. As folhas de algumas espécies de lírios podem causar dano nos rins, que pode mesmo ser fatal; também as plantas do género Philodendron são venenosas para os gatos[30]. Outro exemplo é o do abacateiro, do qual algumas partes são tóxicas, mas cujo fruto (excepto o caroço) é um ingrediente em várias marcas de comida para gatos[31].
Os gatos são bastante seletivos na sua alimentação, o que pode ser decorrente, pelo menos em parte, da mutação que causou à espécie a perda da capacidade de detectar o sabor doce nos alimentos. Apesar de exigentes, precisam alimentar-se constantemente, pois, de modo geral, esses pequenos animais de estimação não toleram mais de 36 horas de jejum sem que os seus rins sofram algum risco de dano.[32]
Esse animal exibe alguma preferência pela planta designada por nepeta, popularmente conhecida como erva-dos-gatos, ou catnip. Muitos gatos gostam de comer esta planta, que tem efeitos diversos no seu comportamento, enquanto outros apenas rastejam sobre esse vegetal e brincam com suas folhas e flores.[33]:

Anatomia de um gato
Os gatos também podem sofrer de distúrbios alimentares diversos. Alguns contraem uma doença chamada pica[34], que consiste em um transtorno que os impele a mastigar objetos alheios a sua dieta, tais como terra, plástico, papel, , carvão e outros materiais, o que pode ser perigoso para a sua própria sobrevivência, dependendo da toxicidade desses materiais[29].
O meio de alimentação mais recomendado para os gatos domésticos é o consumo livre, ou seja, deve-se procurar deixar o alimento à vontade para o animal ao longo do dia. Essa prática tem a vantagem de diminuir o pH da urina, evitando, desse modo, a formação de cálculos renais. No entanto, alguns veterinários costumam recomendar que o dono controle a quantidade de alimento ingerida, oferecendo ao gato porções limitadas, visando evitar que o animal fique com sobrepeso[35].

[editar] Comportamento
O temperamento dos filhotes varia conforme a ninhada e a socialização. Os gatos de pelo curto tendem a ser mais magros e fisicamente mais ativos, enquanto os gatos de pelo comprido tendem a ser mais pesados e letárgicos. Entretanto, a maioria dos gatos partilha um mesmo comportamento: são extremamente curiosos. Não é por acaso que existe um dito popular que diz "A curiosidade matou o gato".
Quando abandonados em áreas remotas, distante da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver[36]. A expectativa de vida de um gato de rua é de apenas 3 anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade [37]. O gato no estado selvagem é um animal muito social, chegando a estabelecer colônias mais ou menos hierarquizadas. Possui um instinto natural de caça. Mesmo quando domesticados, os machos tendem a marcar o seu território com urina.
Os gatos possuem um cérebro bastante evoluído, sendo capazes de sentir emoções. Podem sofrer diversos distúrbios psicológicos, tais como estresse e depressão. Assim como um ser humano, quando estressados, tendem a ter um comportamento neurótico[23].
Esses animais costumam copular somente quando a fêmea entra no cio. Este pode ocorrer várias vezes ao longo de um ano e dura aproximadamente uma semana. O macho procura cercar a fêmea, que tenta resistir ao máximo à cópula. Se o macho é hábil, ele conseguirá mordê-la na parte posterior do pescoço, imobilizando-a. Até conseguir isso, é comum que os dois soltem miados altos, diferentes do miado usual. A penetração é dolorosa. A cópula estimula o ínicio do processo de ovulação das fêmeas: elas têm sensores nervosos, que com tal dor ativam o processo. Desse modo, poucos óvulos são perdidos[26].
Sua velhice ocorre de forma abrupta, não sendo gradual como a humana. Dura aproximadamente um ano e finda com a morte. É possível que o gato tenha doenças típicas da idade avançada, como catarata e perda olfativa. Nessa fase, ele geralmente dorme durante todo o dia, mostrando extremo cansaço e fraqueza muscular[38].

Uma gata amamentando seus filhotes.
As femêas apresentam um temperamento variável: podem simular ignorar seu dono, dar atenção a ele, ronronar ou fugir sem razão aparente. O comportamento dos gatos depende de cada indivíduo, do momento do dia e até mesmo das condições climáticas. Enquanto um felino pode ser muito sociável, o outro pode ser completamente arisco. Alguns gatos ficam agitados e aversos ao contato com humanos à noite. Ainda é possível observar que alguns desses animais ficam agitados quando uma tempestade está por vir, outros adotam uma posição defensiva, em que ficam deitados com as patas recolhidas, aguardando o início da chuva[18].
Devido a variações constantes em seu humor, é possível dizer que, na maioria das vezes, o temperamento de um gato é imprevisível. Algumas vezes um gato filhote, pode apresentar variações de energia, ficando algumas vezes mais calmos, outras, mais agitados. Gatos adultos mantêm-se calmos por mais tempo que gatos pequenos, por serem maiores e mais pesados.

[editar] Ciclo biológico

[editar] Reprodução
O gato apresenta vários ciclos reprodutores ao longo do ano, que podem durar de 4 a 7 dias. Durante esse período, as gatas miam mais freqüentemente, e vários gatos podem lutar por uma mesma fêmea no cio e o que vencer ganha o direito de copular. Ainda que a fêmea, a princípio, rechace a relação sexual, ela acaba aceitando o macho. Depois da cópula, a fêmea se limpa e pode ficar muito violenta até que termine todo o ato do acasalamento, uma vez que o ciclo se repita. As gatas podem ter cada óvulo fecundado por um macho diferente, tendo assim, na mesma ninhada, filhotes de pais diferentes[29].
As gatas alcançam a maturidade sexual entre 4 a 10 meses de idade, e os gatos entre 5 a 7 meses após o nascimento. A gestação dura de 63 a 65 dias, aproximadamente e pode gerar de um a oito filhotes[29]. Os recém-nascidos devem manter-se com a mãe por 60 dias, já que então o gatinho já terá recebido os nutrientes necessários. Separá-los antes desse período seria um erro, devido à possibilidade de que eles morram por falta de alimentação adequada. Pode-se esterilizar os gatos, procedimento normalmente realizado em machos antes que eles comecem a marcar território; isto deve evitar que eles perpetuem esse comportamento ao longo de suas vidas[26].

[editar] Características genéticas
O gato apresenta 38 cromossomos, e se conhecem cerca de 200 patologias associadas, muitas delas comuns aos seres humanos. O projeto Genoma do Gato, do Laboratory of Genomic Diversity, pretende descobrir seu genoma[39].

Gata com heterocromia, anomalia genética na qual o indivíduo possui um olho de cada cor.
Existe uma crença de que os gatos brancos de olhos azuis são surdos, a não ser que tenham um olho de cada cor, característica conhecida por heterocromia, cujos portadores são denominados gatos de olhos ímpar. Isto está certo em parte, já que há uma maior probabilidade de gatos com essas características físicas serem também surdos, mas este fato não é determinante[18].
A cor branca do gato se deve à ausência de melanina em sua pele e pelos. Há quatro modos de um gato ser da coloração branca “sólida”:
Ser homozigótico para o alelo ca (albino de olhos azuis);
Ser homozigótico para o alelo c (que é albino de olhos vermelhos);
Ser homozigótico para o alelo S (mancha branca);
Possuir o alelo w (do gene branco dominante) no seu cariótipo.
O gene da surdez é próprio dos gatos brancos, chama-se alelo w, e é o causador da coloração branca e da surdez nos gatos. Nem todos os gatos brancos são surdos, só o são os que apresentam o tal gene. O gene w faz com que o gato seja branco, ainda que seus genes digam que ele é um gato escuro; este gene tem a peculiaridade de "mascarar" o resto das colorações para fazê-los brancos[26]. Além disso, estes gatos só tem os olhos azuis ou verdes. Outra característica genética é o fato de, em alguns animais, os dentes caninos da mandíbula inferior serem proeminentes, semelhantemente ao observado nos fósseis do tigre-dentes-de-sabre[18].

[editar] Pelagem

Uma gata de pelagem tricolor.
Em respeito às cores, os gatos podem ter uma única coloração, como os completamente brancos ou pretos, que só tem pêlos contrastantes soltos em algumas partes do corpo. Também podem ter duas cores, como o branco e preto (típico gato-vaca), branco e laranja, pardo e branco, ou cinza e branco. Podem possuir um padrão de cores tigrado em laranja, pardo e branco; em tons cinzas e alaranjados (gatos romanos), com o pelo de uma só cor em toda a sua extensão ou de dois tipos de cores (as extremidades diferentes do resto do corpo). Também podem ter um padrão de cor siamês com cores mais escuras na face, rabo, patas e orelhas. Outro tipo de coloração é a tricolor, como, por exemplo, branco, laranja e preto. As gatas costumam ter os pelos mais lustrosos e brilhantes do que os machos, em contra partida elas costumam soltar mais pelos do que os gatos, principalmente nos períodos do início do cio[40].

Um gato de pelagem bicolor.
Os gatos tricolores ou de até quatro cores são normalmente fêmeas; quando são machos, são estéreis. Em contrapartida, os gatos romanos laranjas só podem ser machos. O tipo de pelo vai desde o muito curto (como o Sphynx, cujo pelo é quase invisível), o encaracolado (no caso do Devon rex), o pêlo curto normal com uma cor somente ou com pontas de outras cor, o pelo semi-longo, até o pelo mais longo procedentes das cruzas com o Bosque da Noruega, Persa ou qualquer outra raça de pelo longo.

[editar] Sentidos
Muitos zoólogos acreditam que os gatos são os mais sensitivos dos mamíferos. Enquanto seu olfato e audição podem não ser tão aguçados quanto os dos cães, a visão altamente apurada, audição e olfato sobre-humanos, combinados com o paladar e sensores táteis altamente desenvolvidos, fazem do gato um mestre nos sentidos[40].

[editar] Visão
Medir e classificar os sentidos dos animais pode ser difícil, principalmente por que não existem meios explícitos de comunicação entre o objecto do teste e o examinador. Entretanto, testes indicam que a visão aguçada dos gatos é largamente superior no período noturno em comparação aos humanos, mas menos eficaz durante o dia.

Gatos têm a visão muito nítida.
Os olhos dos gatos possuem a tapetum lucidum, uma membrana posicionada dentro do globo ocular que reestimula a retina ao refletir a luz na cavidade[41]. Enquanto esse artifício melhora a visão noturna, parece reduzir a acuidade visual na presença de luz abundante[42]. Quando há muita luminosidade, a pupila em formato de fenda fecha-se o máximo possível, para reduzir a quantidade de luz a atingir a retina, o que também resguarda a noção de profundidade. O tapetum e outros mecanismos dão aos gatos um limiar de detecção de luminosidade 7 vezes menor que a dos humanos[43].
Os gatos têm, em média, campo visual com abertura estimada em 200°, contra 180° dos humanos, com sobreposição binocular mais estreita que a dos humanos. Como em muitos predadores, os olhos ficam posicionados na parte frontal da cabeça do animal, ampliando a noção de profundidade em detrimento da largura do campo de visão[44].
O campo de visão depende principalmente do posicionamento dos olhos, mas também pode estar relacionada com a construção dos olhos. Ao invés da fóvea que dá aos humanos excelente visão central, os gatos têm uma faixa central marcando a intersecção binocular. Aparentemente os gatos conseguem diferenciar cores, especialmente à curta distância, mas sem sutileza apreciável, em termos humanos.
Os gatos também possuem uma terceira membrana protetora dos olhos, a membrana de nictação (que é o ato de fechar os olhos instintivamente na presença de luz intensa). Essa membrana fecha parcialmente quando o animal está doente. Se o gato mostra freqüentemente essa terceira pálpebra, é um indicativo de doença[38].

[editar] Audição

O formato das orelhas dos gatos ajuda-os a identificarem com precisão a fonte dos sons.
O seres humanos e os gatos têm limites similares de audição em baixa frequência, que devem rondar os 20 Hz. Já na escala de alta frequência, os gatos têm ampla vantagem, alcançando os 60 kHz, superando até mesmo os cães. Os gatos podem ouvir até duas oitavas acima dos humanos (20 kHz) e meia oitava além dos cães. Quando detectam um som, as orelhas do gato imediatamente voltam-se para o ruído. Os gatos podem precisar com margem de erro de 7,5 cm a localização de uma fonte sonora a um metro de distância[45].
Trinta e dois músculos indivíduais na orelha os permitem ouvir direcionalmente. Os gatos podem mover uma orelha independentemente da outra. Diferentemente dos humanos, os gatos têm sua orelha coberta interna e externamente por pêlos. Quando está enojado ou atemorizado, o gato, instintivamente, abaixa as orelhas para trás da cabeça, cobrindo seus canais auditivos. Juntamente com esta ação, arrepia seus pêlos, coloca as garras para fora e emite um som ameaçador com a boca, deixando os dentes à mostra:[46].

[editar] Tato
Os gatos geralmente têm uma dúzia de bigodes, dispostos em quatro fileiras sobre os lábios superiores, alguns nas bochechas, tufos sobre os olhos e no queixo. Os Sphynx - gatos quase sem pêlos - podem ter bigodes normais, curtos ou sequer apresentá-los.
Os bigodes auxiliam na navegação e tato. Podem detectar pequenas variações nas correntes de ar, possibilitando ao gato descobrir obstruções sem vê-las, facilitando o deslocamento na penumbra. As fileiras mais elevadas dos bigodes movem-se independentemente das inferiores para medições ainda mais precisas [47].



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